O livro de hoje foi um encontro inesperado e se você aprecia a cultura geek deveria pensar em lhe dar um mínimo de atenção.
Era um dia comum, de uma semana comum e foi quando percebi que estava indo para o serviço sem levar um livro para ler, caso tudo ficasse parado, claro. Não entrei em pânico. Resolvi passar em um sebo no meio do caminho e fuçar um pouco, procurar por algo que pudesse ler rapidamente em uma emergência. Lá encontrei um livro pequeno de aparência inocente e até meio infantil. Peguei este mesmo, pois estava bastante em conta.
O Guia do Mochileiro das Galáxias.
Para ser sincera: nunca li um livro de ficção científica e sequer obtive boas notas nas matérias respectivas, então perdoem a ignorância perante o Gerador de Improbabilidade Infinita.
“Existe uma teoria que diz que, se um dia alguém descobrir exatamente para que serve o Universo e por que ele está aqui, ele desaparecerá instantaneamente e será substituído por algo ainda mais estranho e inexplicável.
Existe uma segunda teoria que diz que isso já aconteceu.”
(Trecho de “O Guia do Mochileiro das Galáxias”)
Prontos para uma exploração espacial? Eis aqui o universo mais estranho, de nomes engraçados, escrita informal e de situações caoticamente divertidas. É, parece um livro bem infantil, porém ao começar as primeiras páginas me deparei com Arthur Dent e Ford Prefect que riram da minha pobre inocência após páginas e páginas de um humor ácido, sátiras políticas e burocráticas, de situações que hoje são tão banais, mas que me fizeram refletir bastante ao serem questionadas por alguém que não entende nossos costumes terráqueos.
A história começa com Arthur Dent passando por um dia terrível, péssimo e logo aparece seu amigo Ford Prefect – um E.T disfarçado de ator fracassado, que na verdade estava aqui para pesquisar sobre a Terra em uma atualização para O Guia do Mochileiro da Galáxia – para lhe mostrar que nada disso adianta agora, pois a Terra será destruída em questão de minutos. Após algumas cenas de um terrível (de tão incrível) crítica ao egoísmo intrínseco do ser humano a aventura pelo espaço se inicia e, ao lado de Arthur, vamos desbravando o universo e a ciência por detrás dele. Ah, claro, não posso deixar de pontuar a naturalidade de sua complexidade já bastante dominada pelos outros seres que encontramos por aí. E sim, logo nas primeiras páginas as considerações infantis ao livro foram retiradas e a curiosidade foi aguçada.
A improbabilidade move este livro de nomes impronunciáveis, sério, os nomes são um desafio a parte (risos). A aventura fica ainda mais improvável ao lado de Marvin, o robô deprimido; Trillian, uma terráquea que Arthur conheceu na Terra; e Zaphod Beeblebrox, o presidente mais improvável da Galáxia. Sobre Zaphod: uma sátira mais do que incrível sobre a função de um presidente e minha admiração pela improbabilidade deste personagem.
Apesar de ser um livro bastante pequeno não leia com pressa, de tão louco e rico em detalhes deste universo totalmente novo deve ser estudado com humor e calma. Eu ainda não li todos os livros, mas os lerei o mais breve possível.
Sem mais delongas, de tão improvável você ser este livro, acredito que acabará lendo. São mais de 15 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo e um dia (25 de maio) em homenagem ao Dia da Toalha. Sério, nunca saia de casa sem uma!