Vou começar deixando algo bem claro: sim, ele é um serial killer e sim eu adoro ele todo sedutor e cômico, aventurando-se em meio as enigmáticas e sem sentido vidas humanas ao seu redor.
Durante a leitura conhecemos Dexter, um perito especialista em sangue que trabalha para a polícia de Miami – irônico – e em ‘Dexter – A mão esquerda de Deus’, nos aventuramos junto a este ser incrivelmente carismático, dono de profundas divagações e de um sorriso muito bem treinado. Muitos o chamam de sociopata, psicopata, dissocial, mas seja o que for ele usa este distúrbio para o ‘bem’ matando somente ‘pessoas más’. Ah, mas a culpa não é somente dele, mas do ser das trevas que necessita que ele mate – da forma mais limpa e sistemática -, ele só é culpado de gostar tanto quanto o ser. Um sentimento de culpa acompanha o leitor a cada morte, pois há uma sensação de vingança cada vez que Dex age. E a forma como o autor expressa as emoções de satisfação durante estes trabalhos faz com que você sinta o prazer daquele momento, o livro tem essa narrativa que te convida para dentro da mente do serial killer Dexter. É deliciosamente assustador.
Para quem não sabe, Dexter também possui uma série de televisão e eu apenas vi alguns episódios para fazer uma comparação e ter uma base melhor para comentar sobre, assim: sim, a série se mostra bem mais dinâmica que o livro, pois o querido Dexter divaga bastante nas páginas amarelas deixando o livro um pouco parado em algumas partes; os personagens mantém suas características e Debbie, que adora falar palavrões, se mantém tão bonita quanto grosseira; em geral achei a estória do livro bem representada na série.
O fato de Dexter ser um serial killer é apenas uma parte da estória, já que o tema central do livro está em um novo serial killer que está fazendo com que Dexter se depare com emoções nunca antes sentidas: admiração, desejo de aproximação, reconhecimento de um colega de trabalho. Assim, Dexter se vê em meio de alguns dilemas, entre eles: ajudar sua irmã a capturar o serial killer que está matando as prostitutas de Miami (seu trabalho), ou ficar de fora e apenas admirar-se com os trabalhos seguintes que este ‘artista’ pode lhe apresentar; sentir algo por alguém, por alguma coisa.
Muitas surpresas se escondem nas páginas e o final deixa uma expectativa grande para o próximo livro. Agora só me resta decidir entre ler ou assistir primeiro.
