Caverna do Dragão: Requiem – Parte I

Requiem é o episódio final da série animada Dungeons and Dragons, (Caverna do Dragão no Brasil). Foi escrito pelo roteirista Michael Reaves. De vinte e oito episódios, este foi o único da série animada que não foi produzido, embora seu roteiro oficial tenha sido finalizado. O episódio relata os acontecimentos finais da jornada dos jovens heróis aprisionados em uma fantástica e perigosa dimensão em busca do retorno ao seu próprio mundo.

Requiem – Parte I

O pequenino homem de manto vermelho permanece parado no enorme platô, olhando para os lados como se procurasse algo. Sob os enormes monólitos, uma lenta névoa cinza e cintilante circula envolvendo todo o lugar.

– Vingador?

Como que em resposta imediata, um raio fulmina um dos monólitos mais próximos. As duas metades do antigo monumento de pedra tombam para os lados ainda fumegantes, como soldados numa estranha reverência àquele que se revela: o Vingador.

– Estou aqui, velho. Você é um idiota, Mestre dos Magos.

O velho se vira para encará–lo, a sobrancelha arqueada indicando mais uma expressão de curiosidade do que de indignação.

– Seus pupilos estão condenados a falhar. Eles são bravos, mas somente porque você apoia.

– Não. Eles podem triunfar sobre qualquer coisa no Reino. Como você bem sabe, eles não vão falhar.

Uma expressão de aborrecimento cruza o rosto do Vingador. Aos poucos, porém, é substituída por um sorriso astuto e ameaçador.

– Então você não se oporia a um teste de coragem. Vamos ver quão bravos eles são sem você por perto. Se tiverem sucesso, eles terão a Chave.

– E se eles falharem… o que perdem?

O Vingador ergue um punho. Energias místicas circulam ameaçadoras por sua mão.

– Tudo. Suas armas… e suas vidas!

O Mestre dos Magos balança a cabeça e reúne as mãos em um suspiro.

– Então, que assim seja.

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Longe dali, em um pântano, uma enorme hidra persegue nossos heróis. Bobby, Hank, Eric, Diana, Sheila, Uni e Presto correm por suas vidas através de uma vastidão lamacenta.

– Faça alguma coisa Hank! Você é o líder!

Como que respondendo ao apelo do amigo Eric, Hank dispara uma flecha de energia em direção à hidra. A flecha se enrosca nos pescoços do monstro, enlaçando–os por um instante. Infelizmente a alegria dura pouco. A hidra se contorce, quebra os laços brilhantes que a envolviam e retorna sua caçada surpreendendo o arqueiro.

– Ela é muito forte!

Incapaz de correr mais do que o monstro, Eric é agarrado por uma das cabeças e fica pendurado pela capa de cavaleiro.

– Socorro!

Ouvindo o pedido, Bobby, o caçula, usa seu tacape para atingir uma árvore morta. As raízes aos poucos se desprendem e a árvore começa a balançar.

– Madeeeeira!

A árvore cai espantando a hidra, que solta Eric. O jovem cavaleiro se arrasta na lama saindo por pouco do alcance de uma outra cabeça sibilante.

–Essa coisa tem mais cabeças que Tiamat!

Diana, a acrobata, se esquiva de uma das cabeças e salta sobre outra numa tentativa de ataque.

–Não há lugar para se esconder! Ela vai nos pegar mais cedo ou mais tarde!

Presto, Sheila e Uni ficam encurralados numa pequena afloração de rocha. Duas cabeças serpenteiam e sibilam para eles. Presto tenta usar seu chapéu mágico, mas é impossível. Não há espaço para tanto.

– Ela nos encurralou!

Bobby percebe a situação de sua irmã Sheila e investe sobre a hidra, de tacape em punho.

– Estou indo, mana!

Antes que o pequeno bárbaro possa fazer alguma coisa, uma das cabeças da hidra se adianta e agarra a arma de Bobby, deixando–o suspenso.

Eric continua se arrastando de quatro pela lama, lutando por sua vida. De repente olha para o alto e uma sensação de alívio cruza seu rosto.

– Tudo bem! Tudo vai ficar bem agora!

O Cavaleiro aponta para o alto. Hank e Diana arriscam uma olhada enquanto mantêm uma das cabeças afastada.

– Mestre dos Magos!

O pequenino mago se encontra em uma saliência de rocha. Abaixo seus pupilos formam um semicírculo, com a hidra no centro.

– Mestre dos Magos, nos ajude! Tire–nos dessa! O senhor vai dar um jeito, não vai?

O Mestre dos Magos olha para baixo. Uma expressão carrancuda, dura e impiedosa preenche seu rosto.

– Vocês entraram nisso sozinhos, meus jovens amigos – ele diz, severo. – Agora saiam sozinhos!

Ele se vira e salta da saliência, saindo da vista dos jovens. Eric olha para cima, incrédulo e desesperado.

Aproveitando–se do susto do Cavaleiro, uma das cabeças ataca. Hank pula sobre Eric, salvando–o do ataque e levantando–o logo em seguida.

– Você viu, Hank? Eu não acredito! Ele nos desertou!

– Vamos nos preocupar com isso mais tarde. Se houver mais tarde.

Ele dispara três flechas de energia em rápida sucessão. Enquanto isso, Presto, Sheila e Uni continuam acuados. Uma das flechas acerta a rocha ao lado deles, criando uma fissura através da qual ele se arrastam em busca de proteção.

A segunda flecha atinge o tacape de Bobby, ainda pendurado por uma das cabeças. O impacto o liberta e ele cai para sair correndo logo em seguida. Diana se protege, repelindo outra cabeça com sua vara.

A terceira flecha explode com um clarão diante dos olhos da hidra, fazendo–a recuar, Diana salta sobre uma pequena rocha e corre. Os garotos se reagrupam, armas prontas diante dos movimentos ameaçadores do monstro. Uni se aperta junto a Bobby. Sheila observa preocupada.

– Ela continua vindo! O que vamos fazer?

Hank olha em volta em desespero, então aponta para alto ao longe.

– Por esse lado! Vamos!

Os garotos correm tropeçando em raízes, as roupas se prendendo a arbustos numa fuga difícil e torturante. A hidra permanece sempre próxima. Os olhos de Hank estão fixos em algo à frente. Uma cabeça quase o alcança.

Logo à frente se estende um brejo com aparência nociva poça de água verde. Os garotos correm exatamente nessa direção. Hank continua com o olhar fixo até que cheguem à borda do brejo.

– Agora! Espalhem–se!

Eles correm cada um para um lado, ao longo das bordas do brejo. Incapaz de parar, a hidra cai no atoleiro, afundando lentamente e sibilando em protesto. Os garotos se reagrupam em volta do brejo, mas longe do alcance da hidra, exaustos, sujos de lama e sem fôlego. Presto cai de joelhos. Bobby se segura no manto da irmã. Diana se apoia cansada em sua vara. Uni se estica na lama. Hank também se inclina, sem fôlego, mão apoiadas sobre os joelhos.

– Conseguimos. Ainda estamos vivos.

– É – protesta Eric, furioso – Mas não graças ao Mestre dos Magos!

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Mais tarde, nas planícies de Sal, os dois sóis baixos no horizonte dão ao solo uma coloração avermelhada. Os garotos, parecendo ainda mais exaustos, se encontram em uma bifurcação da estrada através dos campos. Embora aquela que segue para leste pareça mais usada, nenhuma das duas oferece algum atrativo em especial. Um poste de Madeira velha e cinzenta está colocado na bifurcação. Uma das placas está caída. A outra pende de um prego enferrujado, apontando para o céu. Presto resolve examina–lá.

– De acordo com a placa, as Montanhas de Fogo são… nesta direção.

Ele aponta para cima, imitando a placa, Bobby pega a outra placa e limpa um pouco para conseguir ler.

– Esta direção indica o Mar das Tristezas.

– Que ótimo! – Diz Sheila, olhando para as duas estradas. – Qual estrada vai para onde?

Eric parece muito deprimido.

– Quem se importa? Isso não significa nada. Não posso acreditar que ele nos abandonou daquele jeito.

Eric se encaminha para o leste. Hank percebe que a responsabilidade de tomar uma decisão é sua. Ele olha de uma estrada para a outra, e então aponta a estrada do oeste.

– Nós vamos para o oeste, Eric.

O Cavaleiro olha para ele, mas não se move.

– Por quê?

– É descida. É mais provável que achemos água.

Eric volta para a bifurcação, olhando para Hank. Ele franze o cenho. Os outros assistem apreensivos, sentindo a tensão.

– O outro caminho tem uma estrada melhor. Deve levar a uma cidade.

Hank está impaciente, mas tenta se controlar.

– Eu sou o líder, Eric. Você mesmo disse isso antes, lembra?

– Eu estava sob um bocado de pressão naquela hora – responde Eric, desafiador. – Talvez eu veja as coisas mais claramente agora. Talvez seja hora de termos uma pequena votação. O que você diz, Presto?

Eric se vira para o mago em busca de apoio. Presto olha para os outros nervosamente.

– Ahh… bem… a estrada leste realmente parece melhor.

Diana fica ao lado de Hank, assim como Uni e Bobby, que desafia:

– Ahh é? Bem, eu acho a estrada oeste parece melhor.

Uni olha para Eric desdenhosamente. Sheila parece incerta e, como sempre, tenta mediar a situação.

– Agora espere um minuto, Bobby…

– Fica fora disso, mana!

Atordoada pela reação do irmão, Sheila dá um passo para trás, ficando mais próxima de Eric. Uma discussão violenta se inicia. Os garotos gritam apontando dedos acusadores uns para os outros. Hank é o único que não toma parte da discussão; permanece de fora, olhando incrédulo, até finalmente se colocar entre as duas facções e levantar as mãos.

– Parem! PAREM! Nós todos sabemos o que é isto. Não estamos zangados uns com os outros. Estamos zangados com o Mestre dos Magos.

Embaraçados, sabendo que ele está certo, os outros cessam de discutir. Evitam cruzar olhares. Hank faz um gesto de desamparo.

– Eu não sei o que lhes dizer… exceto que está ficando escuro e é melhor acharmos um lugar para acampar.

Ele se aproxima de Eric.

– Você faz questão, Eric? Então está bem. Lidere o caminho.

O Cavaleiro parece um tanto ofendido, mas volta–se para a estrada leste e começa a caminhar. Os outros seguem pouco a pouco enquanto Hank assiste a tudo. Bobby e Uni são os últimos. O pequeno bárbaro se vira e olha para Hank, que só então segue o mesmo caminho de seus companheiros, com olhar impassivo.

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É noite no Mar das Tristezas e os garotos se abrigam em um bosque. Uma pilha de gravetos queima no centro do acampamento. Todos se encontram sentados em troncos e pedras à volta do fogo. Hank larga o arco, que usara para acender o fogo há instantes, e junta–se aos amigos. Ao fundo a lua é refletida no mar, as ondas batendo na praia. Diana resolve quebrar o silêncio.

– Talvez não fosse realmente o Mestre dos Magos…

Eric mexe na fogueira com um graveto. Fagulhas se espalham.

– Era ele. Você acha que eu não o reconheceria? Todo esse reino é uma prisão, sabiam? E nós todos somos prisioneiros. Pensamos que o Mestre dos Magos era nosso amigo, mas agora sabemos que ele não passa de outro carcereiro.

Sheila se aproxima do fogo, tremendo mais de medo que de frio.

– O que vamos fazer agora? Se o Mestre dos Magos nos abandonou, quem vai nos ajudar?

– Eu vou.

Todos reconhecem a voz. Em um instante todos se levantam, armas empunhadas, encarando a escuridão que cerca o bosque além da fogueira. O Vingador surge da escuridão, entrando no círculo de luz. Uni se esconde atrás de Bobby.

– Fiquem calmos, meus jovens inimigos – diz o vilão, erguendo as mãos em sinal de paz. – Não vou feri–los.

Hank olha cheio de suspeitas, uma flecha de energia pronta para ser disparada.

– Mexa–se bem devagar, Vingador.

Um dos cantos da boca do vilão se ergue suave ao ouvir o aviso de Hank, em uma espécie de sorriso distorcido.

– Então, o Mestre dos Magos finalmente mostrou sua real face. Vocês nunca se perguntaram por que os conselhos dele sempre os levaram para novas batalhas, e nunca de volta para seu próprio mundo?

Eric, Sheila e Presto parecem indecisos. Bobby, Diana e Hank continuam mantendo as armas prontas. Apenas as ondas batendo na praia quebram o silêncio sepulcral.

– Tem sido conveniente para vocês encarar o Mestre dos Magos como bom e a mim como mau. Mas as coisas não são tão simples.

O Vingador olha fixamente para as chamas enquanto continua:

– Eu lhes permiti viver antes. Ajudem–me agora e eu lhes concederei seu maior desejo. Eu os mandarei de volta para seu mundo.

Ele faz um gesto na direção das chamas, que aumentam, formando um portal dimensional em miniatura – através do qual é possível ver o parque de diversões.

Eric, Sheila e Presto olham esperançosos para a imagem tremeluzente.

– Longe, ao sul, situa–se a Fronteira do Reino. Lá vocês encontrarão um cenotáfio. Uma tumba vazia. Dentro está uma chave. A qual vocês devem lançar dentro do abismo.

O Vingador faz outro gesto e a imagem desaparece ao mesmo tempo em que uma onda quebra estrondosa.

– Façam isso e vocês voltarão para casa. Vocês têm a minha palavra.

A chama aumenta novamente, mais do que nunca. Quando diminui, o Vingador já não está mais ali. Repentinamente, Hank dispara para o céu a flecha que estava preparada em um gesto de desafio. Ela explode acima de suas cabeças, gerando uma luz sinistra.

– Esqueça, Vingador! Nunca trabalharemos para você!

Eric dá um passo à frente.

– Espere um minuto, Hank. Que opção nós temos? O Mestre dos Magos nos abandonou… o Vingador pode ser nossa única passagem de volta.

– Eu acho que ele tem razão – diz Presto, juntando–se a Eric. – O Vingador é cruel, mas tem um código de honra. Eu acredito nele.

– Eu também – acrescenta Sheila. – Tudo o que quero é voltar para casa. Não me importa quem será o responsável.

Hank, Bobby e Diana olham incrédulos para os outros.

– Não podem estar falando sério – diz Bobby. – Vocês sabem que o Vingador significa encrenca.

Hank se dirige a Eric e estende uma mão.

– Nós temos estado juntos todo esse tempo, Eric…

– E daí Hank? – O Cavaleiro afasta a mão com raiva. – Ficamos juntos todo esse tempo e isso não nos levou para casa. Vocês podem fazer o que quiserem. Nós vamos atrás daquela chave.

Ele se vira e vai embora. Presto hesita por um instante e então o segue. Sheila lança um último olhar para o irmão antes de ir.

– Bobby, você não vai mudar de ideia?

O pequeno bárbaro parece, repentinamente, muito jovem e indeciso – mas sacode a cabeça e se aproxima de Hank.

– Eu acho que você está cometendo um erro, mana.

Sheila se vira e corre em direção à escuridão, atrás dos outros. Os três restantes e Uni assistem à partida deles. Ao fundo, apenas o som das ondas.

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Na praia, as ondas espumam na areia. Um velho galeão está encalhado ali perto. As velas balançam em farrapos. Eric, Presto e Sheila sobem ao convés destroçado. Eric olha para o mago.

– Você acha que pode fazer esta coisa voar, Presto?

O mago tira o chapéu e faz um passe de mágica sobre ele, o rosto franzido em concentração.

– A mágica no chapéu libertamos; deixe–nos voar pelo céu como no mar navegamos.

Um arco de luz cintilante surge do chapéu, envolve o galeão e o ergue, livrando–o da areia. O galeão levanta voo, as madeiras rangendo em protesto pelo esforço. As velas esvoaçam inúteis. Eric está na proa olhando seriamente. Sheila está logo atrás.

– Nós estamos fazendo a coisa certa, Eric?

– Eu não sei. Mas não vamos desistir.

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No acampamento, Hank, Bobby, Uni e Diana estão próximos ao que resta da fogueira que se apaga aos poucos. Ao longe observam a silhueta do galeão passando à frente das três luas.

– Temos que alcançar a Fronteira do Reino primeiro, de alguma maneira…

Um rugido interrompe Hank. Todos olham para longe e reagem. Um enorme dragão de bronze ruge e pousa à beira da água. Suas asas espalham espuma e areia. Bobby recua um passo por precaução, erguendo a clava.

– Exatamente o que precisávamos. Mais problemas!

Uni se manifesta. Diana dá um passo à frente.

– Espere, Bobby! Este é um dragão de bronze. Ele pode nos ajudar.

A fera observa Diana enquanto ela se aproxima com a vara erguida. Ela dá leves pancadinhas em seus chifres, como um guia indiano tranquilizando um elefante. Com uma bufada, o dragão abaixa a cabeça. Diana olha triunfante para os outros.

– Todos a bordo!

Os outros se juntam a ela nas costas largas da fera alada. Há espaço suficiente para Uni se aconchegar no meio de suas enormes placas que o dragão apresenta nas costas. Diana senta logo atrás dos chifres.

– Espero que você saiba o que está fazendo, Diana.

– Eu também, Hank.

Ela bate levemente nos chifres outra vez. Com um rufar de asas, a grande criatura ergue–se no céu noturno. O dragão de bronze voa atrás da forma do galeão que vai sumindo à distância…

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Pela manhã, o dragão continua seguindo o navio voador. Eles voam para sul, sobre uma terra pedregosa e árida. No oeste os dois sóis estão nascendo.

Diana, Bobby e Uni estão adormecidos, enroscados nas cavidades entre as placas e as asas que batem. Hank está em outra cavidade, olhando seriamente adiante, o vento em seus cabelos. Ele olha para o galeão. Diana toca seu ombro. Ele se volta para amiga, esfregando os olhos sonolentos.

– Você devia dormir um pouco – ela diz.

Hank olha ao longe, franzindo o cenho.

– Por que você acha que estamos aqui, Diana?

– No Reino? Eu sempre pensei que fosse para derrotar o Vingador.

Hank volta a olhar adiante.

– Eu também. Mas estou começando a imaginar. Talvez o Vingador esteja certo sobre uma coisa: talvez as coisas não sejam tão simples.

Bobby acorda agitado.

– Ei, olhem!

Agora Uni também está acordada. As Montanhas de Fogo estão perto e pode–se ver que são, na verdade, vulcões. Cortinas de fumaça e cinzas flutuam sobre caldeirões de lava borbulhante. Fontes incandescentes jorram. Nenhum dos picos está a ponto de entrar em erupção, mas todos juntos se apresentam como um desafio perigoso.

O galeão serpenteia em seu caminho entre os picos mortais. Eric engole em seco ao passar muito próximo a um lago de fogo.

– Ei! Estamos indo mais devagar, Presto!

Presto tira seu chapéu e o sacode, tentando tirar mais alguma mágica. Nada acontece.

– Acho que meu feitiço está ficando sem combustível.

Sheila olha para trás.

– Eles estão nos alcançando!

O dragão de bronze voa através das nuvens de cinza. Hank olha para baixo e grita:

– Parem, por favor!

– De jeito nenhum! – Eric responde, desafiador, – Esta é a nossa única chance de ir para casa!

Hank fica zangado. Apanha o arco.

– Então que seja como vocês querem!

– Hank! – Diz Diana, agarrando sua mão. – O que está fazendo?

– Vou força–los a descer!

Ele se livra do braço de Diana e dispara uma flecha. Eric ergue seu escudo. A flecha ricocheteia e atinge direto uma das crateras ferventes, causando uma tremenda erupção. Uma chuva de fragmentos ardentes cai no convés, ateando fogo ao restante das velas em trapos. Nuvens brilhantes envolvem o barco. Sheila e Presto se reúnem sob o escudo de Eric. A fumaça obscurece a cena enquanto Sheila, Eric e Presto gritam com medo.

No dragão, Hank, Diana, Uni e Bobby olham horrorizados.

– Hank! O que você fez?

Enquanto isso, pedaços em chamas são lançados da cratera em atividade para dentro dos outros vulcões. Um lado inteiro da montanha explode, enviando uma onda de vento e rocha incandescente. Uma nuvem mortal de gás e pedra pulverizada.

À medida que o vento vem em sua direção, Hank, Diana, Bobby e Uni gritam apavorados. O dragão de bronze se volta em uma tentativa de escapar da nuvem de pedra superaquecida.

CONTINUA…

LEIA: Caverna do Dragão: Requiem – Parte II

FONTE: Revista Dragão Brasil, Ano 6 – N° 66, Texto Original: Michael Reaves, Tradução: Silvia Rodrigues, Adaptação: J. M. Trevisan.

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